Foto: Elpídio Júnior
Na manhã desta segunda-feira, 1º, a Comissão especial de Inquérito, que investiga irregularidades na aquisição e descarte de medicamentos da Secretaria Municipal de Saúde, se reuniu para ouvir quatro antigos funcionários da SMS.
Primeira servidora a depor, Gabriela Fernandes Moreira, chefiou o Departamento de Material e Patrimônio no período de dezembro de 2007 a outubro de 2008. Segundo a psicóloga, logo que entrou no DMP solicitou relatórios da vigilância sanitária contendo recomendações técnicas sobre o trabalho que estava chefiando. Além disso, disse que indicou uma administradora para o setor.
Gabriela explicou que foram feitas melhorias no depósito de medicamentos como retelhamento, conserto da fiação e procedimentos contra incêndio. Ela falou ainda que haviam solicitado climatização e informatização do setor.
“Não podíamos climatizar o local sem antes darmos esse passo inicial. Pude testemunhar as reformas, mas quanto a climatização e informatização ainda não tinham sido efetivadas. Foi um grande avanço conseguirmos o Habite-se”, disse ela, se referindo à documentação de licença expedida pelo corpo de bombeiros.
A psicóloga afirmou que quando recebeu o convite de Aparecida França encontrou funcionários desestimulados e muitos solicitando a saída do DMP. “O local onde trabalhavam era inóspito, com uma temperatura elevada. Além disso, reclamavam do salário. Fizemos um trabalho no sentido de envolver a equipe e assim fazer o trabalho fluir”, explicou.
Segundo ela havia uma dificuldade de comunicação com a rede hospitalar, o que muitas vezes gerava pressão nos pedidos e cobranças que dependiam de resoluções de processos burocráticos. “Os pedidos de medicamentos eram feitos por guias de solicitações, que muitas vezes, continham pedidos em excesso ou notadamente de medicamentos que não condiziam com o tipo de atendimento de uma rede hospitalar.”
Quanto ao recebimento dos medicamentos, Gabriela afirmou que sempre havia pelo menos um farmacêutico no depósito para receber. Ela também falou sobre o veneno de rato. Disse que alguns almoxarifes chegaram a passar mal e que por isso interditou temporariamente o local. “Avisamos as redes de saúde sobre a interdição e recebemos a visita da vigilância sanitária para normalizar a situação”, explicou.
Quando interrogada se acredita que houve corrupção no setor, a ex chefe do departamento foi enfática em negar. “Não consigo conceber que houve corrupção no período em que estive a frente do DMP. Se chegar a ser comprovado muito irá me entristecer, pois acredito que participei de uma gestão transparente e que tentou fazer o melhor”, concluiu.
Outro depoimento da manhã desta segunda, 1º foi o do atual presidente do Conselho de Saúde, Marcelo Medeiros. O prazo para o término das investigações é de 120 dias podendo ser prorrogado por igual período, no entanto os parlamentares pretendem finalizar os trabalhos até o dia 30 de julho.
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