"Washington DC (Via Internet) – Saúde pública nos Estados Unidos foi o tema exposto e discutido ontem, na “George Washington University”, no curso intensivo de formação política e administrativa que participo.
Os relatos são chocantes para um país que lidera o mundo. Aqui, o cidadão tem que pagar do próprio bolso, qualquer serviço de saúde, ou ter plano de saúde privado. Não existe o SUS americano!
Numa aula ilustrada com projeções foi demonstrada para o grupo de brasileiros a explosão de expectativa provocada pelo presidente Obama, que fez da assistência à saúde pública o “carro chefe” das suas promessas eleitorais.
Os países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)- órgão internacional que agrupa os países mais industrializados da economia do mercado – alcançaram a cobertura universal de saúde para a população Enquanto isto, cerca de 16% dos norte-americanos (46 milhões de pessoas) estão sem cobertura nos gastos de saúde.
A esperança de vida nos Estados Unidos é de 78 anos, comparada com 79 em média nos demais países da OCDE . Australia, Canada, França, Islandia, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Espanha, Suécia e Suiça têm expectativa de vida superior aos 80 anos.
A exposição sobre saúde pública - feita pela Dra. Janet Hubbell, professora da George Wahington University e administradora da cidade de Fairfax (Virginia) – relatou denuncias do Presidente Obama, ao remeter o plano de sáude ao Congresso – já aprovado na Câmara, por margem mínima de votos.
Os americanos dependem dos planos privados e de dois programas governamentais, que atendem às pessoas carentes com mais e 65 anos (Medicare) e às pessoas pobres com necessidades específicas (Medicaid). Todavia, esses programas exigem pagamentos mínimos e usam critérios estreitos para a seleção dos pacientes, o que deixa milhares sem cobertura.
Há um fato singular, abordado pela professora da “George Washington University”. O presidente Obama conhece na pele a dificuldade do cidadão pagar os onerosos planos de saúde locais, dominados por empresas monopolizadoras. A sua mãe, Ann Dunham, morreu aos 53 anos de idade, de câncer no ovário, pela falta do seguro saúde privado.
Ela lutou desesperadamente para ser atendida pelas empresas do setor. Nada conseguiu. Por isso, Obama afirmou na campanha, que não gostaria de ver isso acontecer novamente, com qualquer americano.
Recentemente, por menos de dez votos de diferença, a Câmara dos Deputados aprovou a proposta de Obama, que se apoia em cinco pontos prioritários: extensão de cobertura para todos; organização do cuidado em torno do paciente; incentivos financeiros para reduzir custos; atenção médica eficiente e de qualidade; regulação pública e integração entre os sistemas públicos e privados.
Os cidadãos pagarão mensalidades às seguradoras privadas, ou plano público, com a ajuda de subsídios governamentais. O plano proíbe as seguradoras privadas negarem atendimento às pessoas que sofrem de doença grave, quando estão sem seguro.
O Brasil realmente alcançou avanços na universalização do atendimento à saúde, reduziu a mortalidade materno-infantil, estruturou modelos de atenção primária e equipes interdisciplinares, melhorarando a atenção básica nos últimos vinte anos.
Os nossos indicadores ainda estão aquém pelo desafio da qualidade e o fôsso das desigualdades sociais. Mesmo assim, pelo que ouvi em Washington DC estamos à frente dos Estados Unidos. Resta avançar mais e consolidar o nosso SUS. (Amanhã novo artigo direto de Washington DC)."
Ney Lopes Jr.- Jornalista, advogado e vereador em Natal - neylopesjr@uol.com.br
Parabéns Ney Jr, essa permanente busca pelo conhecimento é um dos seus grandes diferenciais politicamente falando e principalmente na contribuição para o seu crescimento como ser humano disposto a construir uma sociedade melhor. Forte abraço.
ResponderExcluirWlamir