Senhoras e Senhores,
As minhas primeiras palavras são dirigidas aos companheiros rotários. Esta sessão solene se soma a tantas outras, já realizadas nesta Câmara Municipal de Natal, com o objetivo de registrar perante a comunidade os princípios, valores e ações concretas desenvolvidas pelos clubes de Rotary, não apenas em nossa cidade, mas em todo o mundo.
Gratifica-me o fato de também ser rotariano e procurar, na medida das possibilidades, colaborar para tornar realidade aquele lema histórico e permanente da nossa organização: “Dar de Si Antes de Pensar em Si”, além da máxima de que “Mais Se Beneficia, Quem Melhor Serve”.
Nunca é demais lembrar que os sólidos fundamentos do Rotary Internacional foram definidos na segunda Convenção da Associação Nacional de Rotary Clubes da América em Portland, Oregon.
Naquela ocasião, o companheiro Arthur Frederick Sheldon afirmou que "apenas a ciência da conduta correta em relação aos outros vale a pena. Os negócios fazem parte da ciência de serviços humanos. Mais se beneficia aquele que serve ao seu companheiro da melhor maneira possível".
Na Assembleia Internacional de 2011, realizada em San Diego, California, Bhichai Rattakul, ex-presidente do Rotary Internacional, iniciou as suas palavras, lembrando o ditado, de que “para vermos o arco-íris, precisamos primeiro enfrentar a tempestade”. Completou o líder rotário, que os presentes à Conferência não estavam lá para verem o arco-íris, mas sim para enfrentarem chuvas e tempestades, como forma de encontrarem os caminhos de realização dos seus sonhos.
O Rotary não é um clube social de encontros frequentes. Em verdade, se propõe a ser uma instituição, com metas claras a atingir, de solidariedade social, sendo por isto reconhecido internacionalmente. No Rotary estão líderes, empreendedores e profissionais das mais diversas atividades de negócios, com a finalidade de trocas de ideias e experiências, além de um companheirismo saudável, através do qual se procura ajudar às comunidades carentes, contribuindo para elevação da qualidade de vida dos seus habitantes.
O Rotary remonta aos anos de 1900, o início do século XX. Durante um passeio em Chicago, onde havia muitas empresas, PAUL Harris percebeu que seria viável reunir um grupo de colegas de negócios em um ambiente de informalidade e de amizade. Aí surgiu o clube denominado Rotary. A proposta seria realizar encontros rotativos, no escritório de cada um daqueles que aderissem ao movimento. Paul Harris compreendeu que o sistema de encontros periódicos seria ótima oportunidade para encorajar a tolerância política e religiosa e também para servir. Ele tinha a convicção de que a amizade levava à boa vontade e às grandes realizações.
O valor rotário básico é o serviço humanitário. Procuramos envolver o mundo ao qual servimos. A tarefa da mudança social é complexa e ampla. Não pode ser alcançada de forma isolada. Essa a razão pela qual o Rotary valoriza a liderança, assim entendida como com a soma de recursos, motivação, energia, criatividade e disposição de servir.
Há exemplos históricos notáveis e expressivos, que revelam com nitidez, a ação solidária do Rotary, em situações as mais diversas. Lembro o projeto de retirada de minas terrestres, no Camboja, iniciado pelo Rotary Clube de Tóquio, depois apoiado por todos os distritos japoneses, concluído no ano passado, após dez anos de trabalho contínuo e persistente. Desde o lançamento do projeto, em outubro de 1999, até o seu encerramento, 28 aldeias em uma área de 1,2 milhão de metros quadrados ficaram livres de minas terrestres, garantindo a segurança de quase 60 mil pessoas.
O Rotary é a mais antiga Organização Não governamental e a única que possui uma cadeira cativa na Organização das Nações Unidas - ONU, com direito de opinar sobre os destinos da humanidade.
O Rotary promove a paz e a compreensão mundial. Faz esse trabalho com a divulgação permanente, através dos meios de comunicações disponíveis e com o objetivo de concretizar nas comunidades as suas metas definidas.
A família rotária é hoje constituída de quase um milhão e meio de pessoas, todas elas comprometidas com os problemas gerados pela maléfica desigualdade social, com ações concretas nos campos da educação e a saúde pública, sobretudo projetos voltados para atender as necessidades nutricionais de crianças pertencentes a famílias carentes e, dessa forma, ajudar a reduzir o universo de mais de cinco milhões de crianças que morrem desnutridas todos os anos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, registrou recentemente dados estatísticos alarmantes. Revelou que 2/3 das mortes infantis poderiam ter sido evitadas, se fossem fornecidas de forma criteriosa as vacinas e tratamentos direcionados as mães e recém-nascidos.
No campo da educação o maior desafio é erradicar o analfabetismo, através do exercício da cidadania e responsabilidade social.
Senhoras e Senhores,
O lema do nosso atual presidente internacional, Ray Klinginsmith é “Conheça a Si Mesmo para Envolver a Humanidade”. Cada de um de nós deve refletir sobre o desafio deste lema. Certamente, um dos meios de conhecermos a nós mesmos será o exercício frequente da nossa capacidade de sonhar. Já se disse, que os sonhos são como ilhas, onde há sempre sol e não existem obstáculos. Por tal razão, os Rotarianos, inclusive, é claro, nós rotarianos de Natal e do Rio Grande do Norte, executam projetos sociais, visando suprir as deficiências localizadas, priorizando a medida do possível, o desenvolvimento comunitário, a proteção e a preservação do meio ambiente. Tem razão o Cardeal Suenens ao dizer que “felizes aqueles que sonham sonhos e estão dispostos a pagar o preço de torná-los realidade”.
A Câmara de Vereadores de Natal, como legítima representante da Comunidade, nesta sessão solene demonstra a gratidão e o apreço a todos os clubes de Rotary de Natal, aos seus integrantes e dirigentes que, nos diversos setores da atividade, servem à cidade e contribuem de forma solidária para o progresso e prestígio do nosso município, principalmente na transformação de seres humanos e a conquista de um espaço digno para atuar e viver com dignidade.
Estou absolutamente convencido, de que o futuro do Rotary não é definido nas Conferencias e debates Internacionais, mas sim em cada Rotary Clube, cabendo a cada rotariano fazer o que for necessário para enxergar no futuro, uma sociedade mais justa e humana.
Senhoras e Senhores,
Ao concluir as minhas palavras, com a honra de ter sido o autor da proposta de realização desta sessão solene, lembro a exortação feita na Conferência de San Diego, em janeiro do ano passado, pelo ex-presidente internacional Bhichai Rattakul, quando tinha 85 anos de idade. Disse ele, dirigindo-se aos companheiros de Rotary: “Quando voltarem para casa, vocês terão muitas histórias para contar aos seus amigos. Mas, independentemente da história que contarem, não deixem de contar que aqui em San Diego existe uma igreja com uma estátua de Jesus Cristo na frente. Há trinta anos, as mãos da estátua foram quebradas por vândalos. Em vez de consertar a estátua, dando-lhe novas mãos, a igreja resolveu colocar uma placa com as seguintes palavras: “As únicas mãos que agora tenho são as suas”.
Estou convencido de que os melhores momentos das nossas vidas não são aqueles dias de sucessos e vitórias, mas ao contrário, aqueles momentos em que sentimos a responsabilidade de enfrentar novos os desafios e sermos as mãos de que não possui mãos.
Afinal, foi Madre Teresa, a pequena e frágil albanesa, que prestou assistência cristã, transmitiu fé e deu esperança aos pobres e desiludidos. E são suas as palavras de que “no final de nossas vidas não seremos julgados pelos muitos diplomas que recebemos, por quanto dinheiro ganhamos ou por quantas grandes coisas realizamos. Seremos julgados pelo ‘Eu tive fome e você me deu de comer. Estava nu, e você me vestiu. Eu não tinha casa e você me abrigou”.
Por tais razões, senhores e senhores, especialmente os companheiros de Rotary, vamos continuar a fazer as coisas que fazemos bem, e que devem ser feitas, e mudar aquelas que precisam ser mudadas, começando com o aperfeiçoamento de nós mesmos.
Obrigado
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